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BELA, RECATADA E "DO LAR"! ImI

No Brasil a cada cinco minutos uma mulher é agredida. Enquanto uma suposta futura primeira dama se exibe dessa forma, como uma alienada, outras estão apanhando e sendo violentadas em seus lares ou nas ruas e com medo, não parece sensato. Essa matéria está parecendo mais capa de revistas femininas das décadas de 50 e 60.

Ah, ele está me descrevendo! #Sqn. Brincadeiras a parte, eu não desmereço de forma alguma mulher "do lar", ao contrário, até porque sou uma no momento, eu e muitas mães que conheço que abriram mão do trabalho para se dedicar aos filhos, é uma opção. Escolhi cuidar da minha filha de perto, coloquei na balança e até sai mais barato, no meu caso, mas “peno” mais que quando eu trabalhava fora, com certeza! Mesmo sendo eu jornalista!

Mas veja bem, escolhi, escolhemos, queremos, pensamos, podemos! Isso parece simples, mas nem sempre foi assim! E em alguns casos ainda não é! Não precisamos de muito para perceber a conotação dessa matéria; pode parecer inofensiva, mas essa manchete faz com que muitas mulheres reprimidas em seu lar fiquem conformadas! Nem todas sabem diferenciar “recatada” de “reprimida”!

No Brasil a cada cinco minutos uma mulher é agredida. Enquanto uma “quase primeira-dama” como diz a reportagem, vive o conto de fadas dela, se exibindo, como uma alienada; outras estão apanhando e sendo violentadas em seus lares ou nas ruas e com medo, não parece sensato, muito menos para uma primeira-dama.

É uma opção da mulher ficam em casa, sim, é errado? Não! É menos? Não! Cada uma decide como viver, mas todas merecem que seu trabalho seja valorizado! Os afazeres domésticos são infinitos, de por isso devem ser valorizados e distribuídos entre os membros da família (aqui em casa todo mundo põe a mão na massa, meu marido me apoia e me ajuda) para sobre tempo para nós mulheres sermos mulheres, estudar, descansar, passear. O fato de a mulher ser “do lar” não quer dizer que ela seja escrava. Todas merecem voz, direitos, merecem ser valorizadas.

Quando terminei de ler pensei a matéria pensei “Bleca” como diz minha filha quando está com nojo, juro que em alguns momentos pensei que era ironia! Principalmente porque foi escrita por uma mulher.

Enquanto lutamos por empoderamento feminino, por igualdade de direitos, salários, cargos e tantas outras lutas. Aparece essa matéria que está mais parecendo capa de revistas femininas das décadas de 50 e 60. Quando os artigos das publicações eram escritos por homens, já que as mulheres ainda não estavam inseridas no mercado de trabalho. Logo, expressavam pontos de vista masculinos sobre como as mulheres deveriam agir. Por isso, os temas abordados eram quase sempre machistas ou voltados para a felicidade conjugal. Vai vendo!

1 - Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das Moças, 1957) 2 - Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto. (Revista Claudia, 1962) 3 - A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1945) 4 - A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa. (Jornal das Moças, 1955) 5 - Se o seu marido fuma , não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das Moças, 1957) 6 - A mulher deve estar ciente de que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exatamente como ele a idealizara. (Revista Claudia, 1962) 7 - Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. (Revista Querida,1954)

Fonte: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/revistas-femininas-nos-anos-50-e-60-a-mulher-no-mundo-machista.html

Para as mulheres cristãs deixo uma dica; ser submissa, nada tem com ser subalterna, como diz o dicionários. Na bíblia, ser submissa significa “andar sob a mesma missão”, que significa ser companheira do marido, significa apoiar, aconselhar, debater, ser ouvida, valorizada, participar das decisões! A mulher tem muito mais a oferecer. A mulher não deve ser tapete, nem vaso, nem chapéu, nem troféu. A mulher deve ser feliz, deve viver sem medo, sem agressão, sem violência e com muito amor. Já dizia Rita Lee “Toda mulher quer ser amada. Toda mulher quer ser feliz”.

Além do mais, quem acredita que essa Marcela é mesmo “do lar”? Acha que mesmo que ela já lavou um prato? Nada contra ela, ela pode ser o que quiser, ela só não deveria aparecer sendo exemplo de mulher, fazendo com que o resto das mulheres pareçam erradas! Nem todas são esposas de políticos e nem todas gostariam de ser!

Depois de meio século de lutas pela igualdade, para a mulher conquistar o que conquistou, acho deprimente Marcela emprestar sua imagem para tentar desfazer da imagem das mulheres guerreiras do Brasil e do mundo! Uma primeira-dama dessa não me representa!

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