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MÃES NA CADEIA, CRIANÇAS CONDENADAS?


Em um momento de tantas insatisfações políticas no país, nos apegamos demais aos nossos próprios interesses, onde e quando somos prejudicados. E apesar de tantas brigas sociais por cotas, acessibilidade para deficientes, etc etc, ainda há de brigar por pessoas que não tem voz para brigar. Por realidade que desconhecemos, pelo mais obscuro e rejeitado, pelas pessoas de merecimento duvidoso. Hoje me refiro, as mães que parem seus filhos na cadeia.

“Zapeando” com controle na TV me deparei com uma cena, e como mãe de uma menininha de dois anos, não contive o choro, choro de lágrimas, de soluçar: A menina, chorando para a mãe, reclamando e exigindo seu direitinho, de não querer trocar a fraldinha, ou de não ser incomodada com uma mera rotina enquanto ela “brincava”, com toda aquela intimidade que um filhinho tem, por ser dono ou por a mãe não mais do que a extensão dela. Tudo seria normal, ou até talvez seria considerada uma menina mimada, se não fosse o local onde ela estava, em uma cama, dentro de uma cela. Uma cela, de prisão mesmo! Ela chorava ali com um certeza da proteção da mãe, nem imaginava ela que na próxima manhã, ela seria separada de sua mãe. O tempo de detenção da mãe é de oito anos.

Outras imagens foram passando, das mães penteando os cabelinhos molhados do banho, fiquei imaginando os cachinhos de minha filha, e ela sendo separada de mim. Meus Deus! Que horror aquelas mulheres passam!!! Claro que elas não estão ali por acaso, talvez alguma até esteja, alguma até possa ser uma criminosa sem escrúpulo, mas a grande maioria ali estava abalada, desesperadas! E os filhos condenados a serem separados de suas mães e talvez até nunca mais vê-las.

Fiquei me perguntando: - Onde estão as feministas? Para que serve essa Presidente mulher? Está tudo muito errado ali. Primeiro, nem ouvi falar de “pai”, não parecia que nenhuma criança que estava lá tinha sido concebida também por um homem! Cadê o dever deles? E outra coisa, onde estão os direitos dessas crianças. Pela lei, os bebês ficam com as mães até os seis meses e depois são separados, levados para casa de parentes, abrigos ou adoção temporária. O artigo 83, par. 2º e 89 da LEP, também determinam que os estabelecimentos prisionais destinados a mulheres tenham berçário e creche para que os filhos possam permanecer com a mãe e que abrigo deve garantir visitas regulares da criança à mãe no presídio, para que elas mantenham os laços afetivos durante o cumprimento da pena. Mas alguns filhos nunca mais veem suas mães, são proibidos de visitar, são proibidas de falarem a ponto delas se arriscarem com telefones clandestinos.... Quem está cuidadando dos direitos delas? Fiscalizando isso? Quem está ajudando?

E é aqui que eu queria chegar. Muitas vezes, não conseguimos ter voz por nós mesmos, enquanto políticos corruptos afundam nossos país, inclusive nossas prisões femininas, e continuam soltos por aí, uma mulher dessa, não tem direito a uma prisão domiciliar.... Não tem direito de se arrepender, de se reabilitar, mesmo que dentro de uma cadeia adequada. Não que seja santa, mas aquela criança é. Ela tem o direito de estar perto da mãe e do pai.

Diante dessa análise eu entendo que há necessidade de uma prisão modelo, uma comunidade, uma prisão fazenda, algum alternativa com um local adequado para essas mulheres se recuperarem e essas crianças crescerem, estudarem e terem um futuro diferente dessas mães, que não fiquem condenadas a um futuro incerto. Criança sem estrutura só pode seguir o mal caminho.

E gostaria de convidar e encorajar quem puder, a ajudar. Essas mulheres e crianças dependem de doações! De tudo! Leite, roupinhas, fraldas e também precisa de denúncias de maus tratos e de omissão, de apoio psicológico, médico... E outras necessidades quem nem podemos imaginar. Moro em Campinas e levarei os itens que minha filha não usa mais para lá, chegando lá, descobrirei o que mais posso doar, de mim!

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